Sobre sentir Saudades... (ou não)
Às vezes me pergunto qual motivo ou razão pela qual muitas vezes nós escolhemos sentir saudades, digo que escolhemos por que temos praticamente a plena certeza que em muitas das vezes podemos acabar com essa “saudade” apenas tomando algumas providências ou atitudes, como por exemplo, pegando o celular, mandando uma simples mensagem de “sinto sua falta”, “queria te ver”, “como você está?”. Mas sabemos que o orgulho ou até mesmo a preguiça são maiores, e essas simples ações ficam pra depois, ou pra nunca mais.
Sentimos saudades até do que não vivemos, do que não tivemos, do que não passamos, do que não beijamos, do que não tocamos, abraçamos, acordamos e etc...
A saudade pode vir de um lugar, de um gato, de um cachorrinho, de um cheiro, de uma chuva, de um sol, de um sítio, de uma praia, de um livro, de um dia, de uma noite, ou, aquela saudade dolorida de alguém.
Quando a saudade é de alguém, essa sim dói, dói dolorida quando se foi pra nunca mais voltar, ou quando o ar já não invade mais a vida e os pulmões daquele alguém.
Já a saudade daquele alguém que levou embora todos os sorrisos, planos, dias de sol, vontades, chás, filmes, pipocas, brigadeiros, cinema, vinhos, músicas, alegrias... Essa sim é difícil, mas muitas vezes os dois lados sentem falta, os dois lados querem se reencontrar e formar novamente um lado só, a questão são as magoas, os orgulhos, os egos, as vontades de encontrar mas não pedir e nem fazer por onde isso acontecer, simplesmente por medo, por tristeza ou por qualquer outra coisa. Mas, a saudade, essa sim de tão grande pode explodir e nos fazer tomar providências, e passar por cima de tanta coisa, e de tantas promessas de “eu não quero voltar”, “eu não quero ir lá”, “jamais volto naquele lugar”, “nunca mais”... Tudo isso são coisas que a saudade adora saber, ouvir, e sentir para que ela possa explodir e trazer de volta o que realmente valeu apena, o que realmente precisa ser revivido e merece uma segunda chance, para quem sabe prosseguir por um outro caminho.
A saudade pode não ser uma vilã ou a bruxa má de um conto de fadas qualquer, em momentos difíceis ela nos mostra que pode diminuir os sentimentos medíocres, e aumentar os verdadeiros.
Sobre sentir saudades certamente todos nós sabemos um pouco, mas em algumas situações nós temos o poder de escolher se queremos senti-la ou não.
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